Um homem anda por entre as àrvores carregando um pano vermelho nas mãos. Aonde agora não há árvores fazendo sombra, a grama reluz um verde mais vivo. O vento bate forte nas coisas por onde anda, inclusive em mim. Acordei com a garganta arranhando, não sei por qual motivo. Me desconcentrei no meu mundo e o homem sumiu. A folha do meu caderno se retorce com o vento e minha garganta vai piorar. Mas esse vento me trás paz. Paciência. As pessoas caminham bem ao longe, não vem que estou olhando pra elas em seus risos e agitos. Um senhor de cabeça branca vem passando com seu cachoro atado à coleira, olha pra alguma coisa em sua mão e desconfio haver conferido as horas. As horas continuam controlando tudo, e uma mosca não se cansa de ser tocada pra longe quando sinto o seu caminhar na minha pele. Fazia tempos desejava eu, as árvores, o vento. Meia hora passou, a fixa caiu! E a verdade é que saí correndo pra embarcar no ônibus e passei a fixa adiante. E da janela vi pessoas de aventais brancos caminhando por entre as árvores. E eram os loucos do hospital.
Naluah
(só)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
fugiu do manicômio!
o tempo está se tornando obsoleto
o respirar da poesia cotidiana
Postar um comentário