sábado, 19 de setembro de 2009

eu que quero escrever...

uma coisa leva a outra. e assim tem acontecido desde que houve a plena consciência que existem mundos e mundos além do eu. além do meu.
essa menina tem pensado tanto nos dias que se passam. as histórias pela metade, as mal contadas, bem vividas, esquecidas, resguardadas, e as que virão.
a vida vai mudando a vida, aos poucos vai se percebendo o nascer de uma jovem velha, e essa menina que não tem histórias que possa contar e assumir sozinha, segue cúmplice bem ajustada, levando seu relato, parte dum auto-retrato pra contar coberta por terra.
descobrir-se jovem velha enquanto há tempo de salvação há de ser bom.... prestará atenção especial aos pedidos da jovem vida.
queria as vezes lhe apresentar uma precipitação ou incosequência impulsiva de um desajuste momentâneo de ser humano. oferecer-lhe o remorso de um erro feio e pedir desculpas com o coração apertado. mas ela não vai descabida se desprender da balança. na balança os pesos e medidas travam suas possibilidades de erros feios.
talvez haja que esquecer a balança... até que novamente venha o tempo a lembrar como utiliza-la.
a vida é tão maravilhosa pra quem quer que seja. ela quer.
parada ali, subitamente, passantes e lugares e fatalidades e acasos tão reais, entregando-lhe a condição de abrir os portões que levam de um jardim a outro.
depois dos portões apontados, mãos invisíveis vem sublinhando recados colados na testa.
a condição que se quer é sempre aquela que falta. possivelmente inversa a esta.
mas cada coisa a seu tempo. tempo de sentir formigamentos. tempo de escorrer o sangue. tempo de loucura. tempo de êxtase. tempo de dar tempo. tempo de não ter tempo. tempo de viver o tempo todo intensamente.
intensamente viver o que se vive.
a condição dessa menina não é mais aquela. ela não é mais aquela.
o tempo é tempo de novo pra se encontrar. é tempo novo pra se viver o novo... mesmo que o anterior seja tão bom. essa menina quer saudade boa sem penar tristeza. essa menina não é assim tão menina. nem tão simples nem tão complicada.
se sente envolvida por outra face de mundo. aquilo que ela ainda não viu, não sentiu, não viveu.
reconhece em si o recomeço da busca pelo que ainda não houve.


Naluah
(cabeças palpitando sobre cabeças...)

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