domingo, 27 de setembro de 2009

Perfume - The story of a muderer






"A alma dos seres é o aroma deles."




Dirigido por Tom Tykwer (Corra, Lola, Corra)
Romance do escritor alemão Patrick Süskind


Naluah

Filhos...


Pois bem, devo dizer que nasci a poucos minutos atrás enquanto mamãe lavava a louça do almoço. Logo que pensei "Existo!" já imaginei qual seria meu nome e instantaneamente alguém gritou no fundo da minha cabeça "Glórinha!!!"... não sei por que cargas d'água hão de me chamar pelo nome de Glória neste mundo, mas assim que ouvi a voz, sabia que era comigo.
Minha mãe... é interessante saber sobre quem me faz existir, antes de sair por aí azucrinando vossas cabeças com minha vontade de existir. Minha mãe ainda sem saber como se chama é ela, e as vezes é uma, é outra, as vezes um pouco ausente, as vezes é como se fosse aquelas duas ali sentadas falando da vida uma com a outra. Minha mãe tem mania de agir aqui esquecendo ali. E o ali precisa sentar aqui, para como tal ser tratado. Minha mãe tem mania de conversar com o dia e cantar o que pouco se houve. Minha certamente que é uma pessoa confusa, esquisita, tem pensamentos estranhos, vontades exacerbadas... e sim... é altamente responsável sendo irresponsável, e o inverso. Minha mãe exige tanto ser boa mãe que as vezes se põe de castigo e esquece de cuidar dos filhos. Nasci agora, e só sei disso tudo pois em mim sinto parte dela, e se sou parte dela, tudo que lhes digo é parte daquilo que ouviriam da boca dela. Ela lavou a louça, me botou aqui engatinhando sobre o teclado e foi tirar sua sesta, deve agora estar vivendo noutro mundo que não é aqui... e agora o aqui dela dormindo se faz lá, e ela certamente viverá lá como se houvesse lá sua cabeça vendo as coisas ao redor do corpo, como vê aqui. Mas a deixemos vivendo seu sonho.
Eu nem sei bem de que jeito nasci, quando me vi estava ali a pensar "... e se eu me chamasse..." e repito, ouvi aquele grito "Glorinha!", e sabia que era comigo. Minha mãe me contará tudo quando eu puder entender: "Minutos antes do teu respirar, minha filha, tive espécie que de uma vertigem... naquele dia acordara cedo para que pudesse trabalhar aproveitando a calmaria da manhã de domingo... fiz pouco do que pretendia, mas sentia-me feliz. Docemente a chuva escorreu no céu por toda a manhã, e antes do meio dia bateu-me a fome... fui até a cozinha, esquentei a sopa da noite anterior e voltei para o quarto aonde almoçei. Olhei pela janela e havia parado de chover. Um pensamento brusco me levou até as cinco horas da tarde do domingo, eu me apavorei, tomei a sopa correndo, e de repente sem querer olhei no relógio e não passava de meio dia... minha cabeça volteou sobre o tempo correndo e freou de soco sobre a inexatidão de um instante. Permaneci ali sentada entre as almofadas olhando pela janela o tempo limpo, me recuperando da minha corrida estática... Fui até a cozinha novamente... eu lavava a louça, e vi você nascer ali mesmo, enquanto as minhas mãos ensaboadas, esfregavam um copo de vidro... e você não chorou, não causou dor, não se lavou em meu sangue. Simplesmente nasceu."
Assim que ela terminasse de contar meu nascimento eu encaixaria todas as peças na minha cabeça, todos os fragmentos, todos os insights, os dejavu, as memórias interrompidas daqueles poucos minutos. Assim que ela terminasse de contar eu veria minha vida toda passar mais rápido que um olho que nem pensa em piscar e quando vê já fechou e abriu. Como já sei absolutamente tudo do que vai se suceder em minha curta estadia viva... vou lhes contar o que sei.
Minha mãe não vai tirar tempo pra cuidar de mim, não haverá oportunidade de contar sobre meu nascimento... mas muita coisa a gente nasce sabendo. Quando ela um dia pensar em contar sobre isso... não será a mim... mas não faz diferença, já sei.
Sem causar dor, sem choro, sem me banhar em sangue... recordo que logo após sai até o portão de casa, olhei a caixa de correio e não havia ninguém se comunicando comigo. Eu acabara de nascer e já queria receber correspondência sabe-se lá de quem. Decepcionada voltei engatinhando para dentro de casa, e minha mobilidade era tão boa que bastava querer, e eu queria... e meus ossos já se sentiram firmes quando puxei uma cadeira e esperei que minha mãe terminasse a louça, enquanto sentada de pernas entrecruzadas eu a via de costas pra mim, viajando em sua maionese mental... Ela terminou, olhou-me... eu estava sentadinha na cadeira esperando um riso, ela teve pena de me deixar morrer esquecida na cozinha, me botou a explicar-me nesse teclado... e eu agora sentia que era filha sem o devido planejamento. Ela se deitou na cama e pôs-se a dormir. Ela sonhou com meu nascimento, viu os detalhes que não havia percebido da primeira vez. Eu não chorei, não causei dor, não senti seu sangue, e foi mais fácil do que pensei entrar no sonho de minha mãe e perceber que foi na cozinha, com muito custo, que virada de costas pra mim naquele momento ela não me abandonara. Entendi que eu não havia de estar aqui.
Se passaram no máximo 3 horas da minha existência. Minha mãe continua a dormir. Cansei de engatinhar letras sem sentido nessas teclas... Já descobri tudo sobre mim, os sonhos dela denunciam. Vou apenas até o final da mesa para amolengar minha moleira no chão... pois se ao nascer me vi em extrema ausência de dor, choro e sangue... ao morrer apenas deixo de me chamar Glória... morro aqui mesmo e interrompo minha existência inquieta e atormentadora de filha de mãe que quer filhos sem fazê-los ...
Mas ela vai acordar e vai ver que se já não existo é apenas por que ela me esqueceu, e um propósito perdido, nunca mais fará nascer a mesma Glória.
Demorei a escrever... minha mãe acordou de bom humor, acho que vem pegar-me no colo e vem interrompertudoqueeuhaviaprevistoegoraeuvoltoaserfilhaqueridaquevemterinfanciaevaibrincarlongedeumtecladonoqualaindanemsabeescrevereqçtu3489tu9qut 9gfgjkdgh98q3hg89hgruifdjhkagh93q858q4tyq3yhguijdkadfgbaieufhakjdfghadnfjkgha389t34y3894ythierjgfkzdbgdjfgbdnvcmx bjkafgbnzsn mnxndmcnmcncncnmcnmcnmcnmjxdjdjdjdjdjdxjdxn dzxb


Naluah
(um nascimento espontâneo que cair no esquecimento temporário engatilha uma morte planejada (e idéias que morrem me matam (pois com um grão de arroz a gente faz uma lentilha UHULLL.... haushdiuashd)))

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O sofá de cada dia...


queria me desculpar sem que exatamente me coubesse uma culpa,
sem exatamente me eximir de culpa,
não importa de que modo...
ela vem aterrizando em meu ombro,
não é daquelas em que se é julgado sob a batida do martelo,
mas daquela mão trêmula que julga sabendo inocência.
me alivia por vezes saber que mão alguma abate o juízo de uma lei natural
me alivia mas me angustia não enxergar a diante dos olhos de agora.
vida maluca...
como eu ia dizendo... agendas, onde já se viu agendar horários e marcar tempo,
sempre vão haver imprevistos!
o tempo é o dono dos imprevistos...
ele vai marcando compromissos sem nos darmos conta
de repente como eu estou aprendendo agora com a fila do SUS,
(talvez seja uma comparação meio enfadonha...)
um monte de gente querendo tirar satisfações com os atraso médicos, falando em remarcar consulta por N motivos, quem esquece de agendar oficialmente e fica com a ilusão inútil da consulta, gente esperando despreocupado, e gente que adoece os nervos na espera...
previsões funcionam o tempo todo sob imprevisões.
calcular tempo é insano.
calcular tempo que nem se sabe se vem é mais insano ainda.
cada vez me mais me convenço que o agora é tudo que tenho.
a vida é um estranho processo de readaptação, resignificação, reanimação.
de súbito a gente leva um tombo
de súbito a gente quica no chão, pára em pé e salta o mais alto que pode...
pra depois de dois segundos pousar os pés no chão novamente...
andar dois ou tres passos, tentar subir dois ou três degraus... correr nas escadas e PAH!
de súbito a gente leva um tombo.
uma questão de exercitar as articulações, treinar flexibilidade
e simplesmente aceitar que tudo vai depender da capacidade de readaptação ao meio.
parece algo tão racional, frio e fora de alguma sensibilidade de artista,
talvez sim...
talvez questões de percepção...
nada no mundo é eterno... (o Casanova se empolgaria no papo do EFÊMERO...)
...e pq mesmo a gente pensa que perfeição rima com eternidade?
eternidade, me diga respeito quando tempo não precisar mais agenda de horários, datas, meses, anos e tudo isso que é feito pra programar o que está por vir.
nada vem.
eternidade é tudo aquilo que passou...
e que enquanto houver consciência de existência, será eterno em nossa memória
sim ou não?
as palavras mais curtas,
os tempo mais ínfimo,
o vento.
sentes?
conversavam hoje na aula sobre sexualidade. sexualidade pra lá sexualidade pra cá...
ouvi umas 10 vezes essa palavra em no maximo 5 frases curtas.
dane-se a tal palavra se o problema maior fica na abstração do que se sente.
lembrei disso por querer falar que as consequências sempre estão mais a mostra que as causas.
mas o que continua vivendo além de uma consequência é uma causa. a causa tem tempo de permanência suficiente pra em milésimos de segundo comandar uma vida.
a causa é a vontade.
a causa é o movimento por trás da ação.
a causa pode ser inexplicável, pode ser espontânea.
a causa é a força que move ou estagna.
sem causa não existe graça.
sem vontade não vale a pena.
a pena só vale se há causa.
já passam de cem vezes minhas mãos pressionando as fontes... não sei bem se na fonte do crânio busco a fonte do eu, ou fonte da Sophia... ou as duas numa.
Será que o Dr. Camargo trataria minha hipertensão?
mudança é inevitável. oque não significa ser simples, fácil, rápido ou prático.
sabe que o grande defeito do ser humano que me vem agora é o apego.
o apego à ilusão de uma eternidade, estabilidade e segurança que não existem na vida que possuímos.
apego acobertando o puro medo de conhecer o desconhecido, e querer guardar às sete chaves aquilo que acha que se conhece.
apego é querer posse vitalícia de algo que não é passivel disto.
quem garante oq que vou perguntar agora?
nem eu garanto... eu sequer quis perguntar alguma coisa.
tudo é uma grande maluquice... vai dizer que não concordas?
a vida é realmente irônica... se falares do defeito do teu colega agora, daqui cinco minutos irás te perceber mordendo a lingua com o mesmo problema...
não quero justificar uma ação de acomodação... mas sim de certa forma trabalhamos o tempo todo com nossa capacidade de encontrar o cômodo dentro de nós mesmos, que transforme um incômodo no sofá irresistível que nos bem acomoda num descansar sublime.
modelar a vida segundo o barro que nos é dado é tudo que se pode fazer pra ser feliz.
sei lá sei lá...
precisamos de toda essa maleabilidade, reflexão, flexibilidade, readaptação, improvisação, venturas e desventuras em série...
se não houver o estímulo na vida que nos dá o enigma que instiga nosso ir de encontro, ou à caça de solução... então daí sim é o caos.
o caos é nao ter vontade de achar saída.
sim... eu glorifico a vontade interior e os dias úteis.
a vida não é vida sem vontades.
a vida não é vida sem desejos.
e pra finalizar o que foi mais longe que o esperado...
em poucas palavras a conclusão de todo este dia foi:
todo ser é feito para oscilações de humor e comportamento, cada reação é uma interpretação das coisas que readaptamos para nós... alterações são UÓ! que bom os desanimos e ânimos repentinos... a condição perpétua de transitoriedade é nossa única condição perpétua a ser vivenciada.
todo início é um parto.
todo fim é um parto.
todo meio é o agora.


Naluah
(toda palavra é carregada de um vazio cheio de sentido.)

sábado, 19 de setembro de 2009

eu que quero escrever...

uma coisa leva a outra. e assim tem acontecido desde que houve a plena consciência que existem mundos e mundos além do eu. além do meu.
essa menina tem pensado tanto nos dias que se passam. as histórias pela metade, as mal contadas, bem vividas, esquecidas, resguardadas, e as que virão.
a vida vai mudando a vida, aos poucos vai se percebendo o nascer de uma jovem velha, e essa menina que não tem histórias que possa contar e assumir sozinha, segue cúmplice bem ajustada, levando seu relato, parte dum auto-retrato pra contar coberta por terra.
descobrir-se jovem velha enquanto há tempo de salvação há de ser bom.... prestará atenção especial aos pedidos da jovem vida.
queria as vezes lhe apresentar uma precipitação ou incosequência impulsiva de um desajuste momentâneo de ser humano. oferecer-lhe o remorso de um erro feio e pedir desculpas com o coração apertado. mas ela não vai descabida se desprender da balança. na balança os pesos e medidas travam suas possibilidades de erros feios.
talvez haja que esquecer a balança... até que novamente venha o tempo a lembrar como utiliza-la.
a vida é tão maravilhosa pra quem quer que seja. ela quer.
parada ali, subitamente, passantes e lugares e fatalidades e acasos tão reais, entregando-lhe a condição de abrir os portões que levam de um jardim a outro.
depois dos portões apontados, mãos invisíveis vem sublinhando recados colados na testa.
a condição que se quer é sempre aquela que falta. possivelmente inversa a esta.
mas cada coisa a seu tempo. tempo de sentir formigamentos. tempo de escorrer o sangue. tempo de loucura. tempo de êxtase. tempo de dar tempo. tempo de não ter tempo. tempo de viver o tempo todo intensamente.
intensamente viver o que se vive.
a condição dessa menina não é mais aquela. ela não é mais aquela.
o tempo é tempo de novo pra se encontrar. é tempo novo pra se viver o novo... mesmo que o anterior seja tão bom. essa menina quer saudade boa sem penar tristeza. essa menina não é assim tão menina. nem tão simples nem tão complicada.
se sente envolvida por outra face de mundo. aquilo que ela ainda não viu, não sentiu, não viveu.
reconhece em si o recomeço da busca pelo que ainda não houve.


Naluah
(cabeças palpitando sobre cabeças...)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

De repente me senti longe de mim.
De repente me vejo outra, mas nem percebi,
De repente eu volto a ser amiga dos meus amigos,
De repente eu lembro que a vida que foi, faz a vida que é
De repente dou meia volta e me cerro buscando a seriedade em algo que não reconheço.
Num estado que vai buscar compulsivamente o outro
E o outro, a este
Numa enorme alegria sastisfeita do que se passa
Que sob uma agonia da ânsia de conseguir naquilo que vem,
É algo como felicidade insatisfeita.
Na briga por tempo,
Estalos dizem que busco eternidade falha.
De repente me senti longe de mim.




Confusão
(quanto mais se para pra pensar... mais surgem cabeças em cabeças palpitando...)

domingo, 13 de setembro de 2009

O efeito que A Banda surtiu

(...)
(...)

O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem

A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
(...)

(...)
(...)

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
(...)

(...)
(...)



Luana
(Chico que tal um showzinho aqui em Sta Maria??!! Diz que simmm... o que que custa... diz que simmm... vamos não seja chato... diz que simmm... SIMMMMMMMMMMMM????!(a vida nunca mais foi a mesma depois dele))

Theóphile Gautier...

...no prefácio de "Mademoiselle Maupin",

"Para que servem a música, a pintura? Nada é realmente belo senão o que não serve para coisa alguma. Tudo quanto é útil é feio, pois se torna expressão de alguma necessidade, e as necessidades do homem são ignóbeis e desagradáveis, como sua natureza pobre e mórbida. O recanto mais útil do lar são os sanitários."



Luana
(sim... mas ainda sem saber a exatidão da utilidade que se espera numa resposta, e nem muito bem desdobrar em palavras, isso que não serve pra nada é necessidade inegável de uns e outros. Será que continuamos a referir as mesmas necessidades desagradáveis?)

Wings of Desire


"Quando a criança era criança, andava balançando os braços.Desejava que o riacho fosse rio, que o rio fosse torrente... e essa poça o mar. Quando a criança era criança, não sabia que era criança. Tudo era cheio de vida, e a vida uma só. Quando a criança era criança não tinha opinião... não tinha hábitos, sentava-se de pernas cruzadas, saía correndo... tinha um redemoinho no cabelo e não fazia poses para fotos."


... apresentação inicial de Asas do Desejo, de Wim Wenders.



Luana
(para não deixar no esquecimento o que indentifico)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

As quinas do quarto pra fora não são as mesmas do quarto pra dentro... são?

tá...eu vim postar uma poesia velhinha que achei jogada... e acabei divagando.
agora voltemos ao objetivo anterior(me veio um complemento... mas não seriamos impróprios pela segunda vez... seriamos?xD não).
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Carvão Amarelo

Livros velhos amarelam os lados vorazes
de vermelhos vivos,
vulgares,
vestidos de valsa,
dançantes,
sob vestidos branco-carvão
cavocando um sonho,
amarelo

um peito estufado retraído
apertado e côncavo
anseios sublimes de sono
que andaram vagando na valsa
soprando a poeira dos discos
em dias preenchidos de cores.

vermelhos vivos,
vulgares
que se despiram
de vestidos de valsa dançantes
e hoje em carvão amarelo
os descritos sonhos diários
amarelam vivos vermelhos
de uma vida vulgar.


18.05.2009(versão original) Luana
11.10.2009(versão originada) humm... Luana?



Naluah

a idéia era botar a máquina na roupa

botei. hoje vesti a capa de chuva amarela e vermelha da bom-bril. YEAH!
seja lerda, mas não seja inútil. agilidade "malabarística" quebrando copos. õ/
o guarda chuva sempre vira nas esquinas como se nada houvesse a acontecer.
o guarda chuva vira, a roda da carruagem verte água da poça batizando meus calçados.
um guarda chuva com calhas d'agua... magnífica idéia!
com calhas d'água e um mini reservatório de bolso***
nunca se sabe dos tempos de seca. ou sabe-se deles bem quando a água a beber é a água na boca...
o caso é se o guarda-chuva virado é ou não é capaz de guardar muito mais chuva...
um caso muito dependente de ponto de vista não é...
será que dois pontos de vista ajudam tanto quanto onze pontos numa língua mordida?
humm... interessante... está gostando? vamos continuar, vamos continuar...
sim e ao fim do dia as coisas sempre se invertem...
o dia vira noite...
vou tirar a máquina da roupa, interromper o processo, desligar a tomada.
vou subverter o objetivo a que me propus no meu acordar hoje cedo... vou por a roupa na máquina, iniciar novo processo, me estender na cama...
de volta a minha querida bagunça, querido querer.
Aiii quem sou eu, o que sou eu sem a minha vontade... não tenho pena de me odiar quando mofando num canto...
pior que o bixo é não ver graça, não ter graça, não ser gARça!


Naluah
(o bixo me acompanha, assusta, distrai, entende, piora ou melhora tudo. (adoro meus bixos.(será que a aninha me convenceria sobre um porquinho da índia? (sabe a questão do tempo? lá vem ela novamente me aborrecer (chega!)))))

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

voltando, voltando, voltando

esqueci o que ia dizer...
lembrei em cima de um pensamento, e o esqueci...
tentei por alguns minutos me agarrar no ar pra ver se fechava minha mão na idéia que liquidou-se evaporando...
não lembrei.
não vou lembrar.
foram tantas outras tantas que perdi.
no fundo quem a gente admira sobrenaturalmente de longe, passando ao nosso lado é tão humano quanto um.
se perdeu um inicio de frase que iria justificar um discurso lindo.
e eu ia desenvolver.
me perdi.
o egoísmo é a alma do negócio.
o negócio dos sonhos de consumo.
sonhos de consumo encontrados nas distribuidoras de todo país. nas melhores revendas.
usados, medíocres.
e ninguém se arrisca a vender vômito.
sabe que eu ia me explicar tão bem na frase que esqueci.
parece que só vestindo enchimentos de saco o olhar que vê muda.



preservo a parte que sonha interpretação, cenário, figurino.


Naluah

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Falta de memória

minha memória deste tipo é curta, falha, cheia de lacunas, sem muitos acertos ou erros. eclética mas seletiva. recente mas profunda.
sobretudo brasileira.
música não me dá silencio... dá alegria, empolgação, tristeza, saudade, tranquilidade mas não silêncio. o sentimento de silêncio música não me dá.
excesso de volume tapa os meus ouvidos sem eu pedir, corta meu pensamento sem eu notar.
não se canta uma música ouvindo outra.
silêncio canta.
silêncio faz música.
o silêncio me dá o sentido da música.
o silêncio me dá um sentido pra música.
só o silêncio toca minha música.
só no silêncio aprendo a escutar o que eu canto.
o silêncio da música que quase ninguém ouve que precisa cantar.
o som silêncio que o mundo abafa o tempo todo.

o silêncio foi a primeira coisa que existiu, o silêncio que ninguém ouviu.* (arnaldo)


Luana
(preciso. sei eu, como eu preciso silenciar todo ruído externo pra entender. o momento de silencio dos outros hoje é música. eles continuaram falando deles, e eu será que continuo sem a minha propria letra, meu tempo, meu ritmo e timbre? eu sôo mais o que calo do que aquilo que falo.)
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