
queria me desculpar sem que exatamente me coubesse uma culpa,
sem exatamente me eximir de culpa,
não importa de que modo...
ela vem aterrizando em meu ombro,
não é daquelas em que se é julgado sob a batida do martelo,
mas daquela mão trêmula que julga sabendo inocência.
me alivia por vezes saber que mão alguma abate o juízo de uma lei natural
me alivia mas me angustia não enxergar a diante dos olhos de agora.
vida maluca...
como eu ia dizendo... agendas, onde já se viu agendar horários e marcar tempo,
sempre vão haver imprevistos!
o tempo é o dono dos imprevistos...
ele vai marcando compromissos sem nos darmos conta
de repente como eu estou aprendendo agora com a fila do SUS,
(talvez seja uma comparação meio enfadonha...)
um monte de gente querendo tirar satisfações com os atraso médicos, falando em remarcar consulta por N motivos, quem esquece de agendar oficialmente e fica com a ilusão inútil da consulta, gente esperando despreocupado, e gente que adoece os nervos na espera...
previsões funcionam o tempo todo sob imprevisões.
calcular tempo é insano.
calcular tempo que nem se sabe se vem é mais insano ainda.
cada vez me mais me convenço que o agora é tudo que tenho.
a vida é um estranho processo de readaptação, resignificação, reanimação.
de súbito a gente leva um tombo
de súbito a gente quica no chão, pára em pé e salta o mais alto que pode...
pra depois de dois segundos pousar os pés no chão novamente...
andar dois ou tres passos, tentar subir dois ou três degraus... correr nas escadas e PAH!
de súbito a gente leva um tombo.
uma questão de exercitar as articulações, treinar flexibilidade
e simplesmente aceitar que tudo vai depender da capacidade de readaptação ao meio.
parece algo tão racional, frio e fora de alguma sensibilidade de artista,
talvez sim...
talvez questões de percepção...
nada no mundo é eterno... (o Casanova se empolgaria no papo do EFÊMERO...)
...e pq mesmo a gente pensa que perfeição rima com eternidade?
eternidade, me diga respeito quando tempo não precisar mais agenda de horários, datas, meses, anos e tudo isso que é feito pra programar o que está por vir.
nada vem.
eternidade é tudo aquilo que passou...
e que enquanto houver consciência de existência, será eterno em nossa memória
sim ou não?
as palavras mais curtas,
os tempo mais ínfimo,
o vento.
sentes?
conversavam hoje na aula sobre sexualidade. sexualidade pra lá sexualidade pra cá...
ouvi umas 10 vezes essa palavra em no maximo 5 frases curtas.
dane-se a tal palavra se o problema maior fica na abstração do que se sente.
lembrei disso por querer falar que as consequências sempre estão mais a mostra que as causas.
mas o que continua vivendo além de uma consequência é uma causa. a causa tem tempo de permanência suficiente pra em milésimos de segundo comandar uma vida.
a causa é a vontade.
a causa é o movimento por trás da ação.
a causa pode ser inexplicável, pode ser espontânea.
a causa é a força que move ou estagna.
sem causa não existe graça.
sem vontade não vale a pena.
a pena só vale se há causa.
já passam de cem vezes minhas mãos pressionando as fontes... não sei bem se na fonte do crânio busco a fonte do eu, ou fonte da Sophia... ou as duas numa.
Será que o Dr. Camargo trataria minha hipertensão?
mudança é inevitável. oque não significa ser simples, fácil, rápido ou prático.
sabe que o grande defeito do ser humano que me vem agora é o apego.
o apego à ilusão de uma eternidade, estabilidade e segurança que não existem na vida que possuímos.
apego acobertando o puro medo de conhecer o desconhecido, e querer guardar às sete chaves aquilo que acha que se conhece.
apego é querer posse vitalícia de algo que não é passivel disto.
quem garante oq que vou perguntar agora?
nem eu garanto... eu sequer quis perguntar alguma coisa.
tudo é uma grande maluquice... vai dizer que não concordas?
a vida é realmente irônica... se falares do defeito do teu colega agora, daqui cinco minutos irás te perceber mordendo a lingua com o mesmo problema...
não quero justificar uma ação de acomodação... mas sim de certa forma trabalhamos o tempo todo com nossa capacidade de encontrar o cômodo dentro de nós mesmos, que transforme um incômodo no sofá irresistível que nos bem acomoda num descansar sublime.
modelar a vida segundo o barro que nos é dado é tudo que se pode fazer pra ser feliz.
sei lá sei lá...
precisamos de toda essa maleabilidade, reflexão, flexibilidade, readaptação, improvisação, venturas e desventuras em série...
se não houver o estímulo na vida que nos dá o enigma que instiga nosso ir de encontro, ou à caça de solução... então daí sim é o caos.
o caos é nao ter vontade de achar saída.
sim... eu glorifico a vontade interior e os dias úteis.
a vida não é vida sem vontades.
a vida não é vida sem desejos.
e pra finalizar o que foi mais longe que o esperado...
em poucas palavras a conclusão de todo este dia foi:
todo ser é feito para oscilações de humor e comportamento, cada reação é uma interpretação das coisas que readaptamos para nós... alterações são UÓ! que bom os desanimos e ânimos repentinos... a condição perpétua de transitoriedade é nossa única condição perpétua a ser vivenciada.
todo início é um parto.
todo fim é um parto.
todo meio é o agora.
Naluah
(toda palavra é carregada de um vazio cheio de sentido.)