quarta-feira, 27 de maio de 2009


Espero fazer-me entender...


Algumas cadeiras que andei sentando, como aluna especial, para assistir aulas do curso de licenciatura em artes visuais: Filosofia, sociologia, história da educação; e Psicologia da educação.
Tantas leituras filosóficas explendidas e interessantes, e tantas leituras de estudos sobre os estudos de caras famosos que contribuem com suas teorias sobre educação, ou reflexões que recaem sobre ela... dale piaget, jung, vigotsky, rosseau, freire, rogers.
Era pra crer que nossos professores tentassem ao menos utilizar 2% de seus conhecimentos estudados na faculdade sobre teorias de ensino-aprendizagem quando fossem dar aula. Mas no entanto é ridículo.
Em meio a tanta teoria há uma grande falta de sensibilidade.

Aonde eu quero chegar para não me demorar muito: O que leva a crer que uma criança de 10 anos de idade, hoje, iria adorar brincar de ciranda-cirandinha, e iria saber recitar versos, adorando fazer isso com pessoas que nunca viu na vida, e qual é o tamanho da inocencia, infantilidade, carencia, grau de conhecimento dessa criança e o que de didático há nisso, e porque isso a deixaria feliz, e por que ela não se irritaria com um bando de pessoas fazendo um monte de estupidez sem sentido ao redor dela?

Fica a dúvida no ar... se é que alguém tem duvida e consegue não encontrar a obviedade das explicações para as perguntas.

Arghs! Se eu fosse essa criança eu não ia fazer nada de boa vontade.

Aonde eu quero chegar II :
Faço o curso de Artes Visuais Bacharelado, o curso tem uma série de politicas pedagógicas e filosofias que poderiam ser ótimas se não tivessem divergencias graves em alguns pontos.

Durante os 2 primeiros semestres fui digamos "um burro de carga", juntamente com meus colegas, levando chicoteadas para trabalhar, trabalhar, produzir, produzir, mesmo que não tendo muita noção de nada que se fizesse.
Foi sofrido, pois tentava produzir séria e dedicadamente, mesmo sem bases profundas pra isso, mas buscando um tipo de explicação racional daquilo que tentava captar e assimilar com as poucas coisas sabidas.
Sentia muita falta de teoria junto com aquela produção toda, e reclamava disso, hoje eu vejo que era preciso aquele momento de primeiro contato sem que as coisas fossem realmente muito explicadas. A explicação naquele momento não adiantaria muito.

Pois bem, agora é o fim do 4 semestre, não é muiiiitoooo mais, mas já é muiitoo mais.
Chega-se no 3 semestre e sem nenhuma noção de ateliers somos obrigados a inscrver-nos em algum, que será o principal, linguagem pela qual responderemos em nosso trabalho de graduação final, e outros ateliers de apoio que podemos ir experimentando segundo nossos interesses. Podemos no decorrer do curso mudar tanto de atelier de apoio quanto principal, porem precisamos atingir a carga horaria necessaria.

Vivemos no curso em meio a uma contradição entre teoria e prática: A liberdade é total, somos responsáveis por nossa busca de conhecimento, nossa descoberta de trabalho, nosso modo fazer, nosso pensamento, nosso tudo. Parece aí que encontramos a felicidade do curso, EEEEEErrado. Aqui apenas começa a dificuldade, a dúvida, a indecisão, o abandono perante nós mesmos e perante os outros. Ninguém fará ou descobrirá senão nós mesmos, vamos nos entender e nos perder nas nossas complicações até achar uma saida.
É lindo isso, a gente se constrói sozinho, os professores estão ali, mas você nem sente que eles tem quilômetros de experiencia disponíveis a te descomplicar um pouco. Eu concluo por mim que o método geral é: Cada um é seu próprio professor.
Mas aíííí, que começa minha critica.

Sim, eu aceito o desafio que me é proposto, realmente deve ser assim, afinal todo meu processo de criação deve ser construido a partir das minhas afinidades, dos meus interesses, da minha busca por tecnica, do meu desenvolvimento todo partindo de mim.
Mas aí eu me pergunto, se o processo é meu se é a partir de mim tudo, por que motivo este pensamento não vai de encontro na pratica com oque eu preciso no meu processo?

Vou esclarecer. Já pensei muito e me dá certa raiva em estar numa academia para "aprender sozinha". Ganhar um titulo de artista visual, só para ter validade reconhecida no mundo, e assim prosseguir me aprofudando.
Mas me dá raiva não exatamente por isso, mas sim por que "eu indivíduo" não venho sendo levada em conta no meu tempo, no meu pensar, no meu descobrir, na minha individualidade.

Aí vai meu questionário!

Me diga por que um professor estuda tanto teorias da educação se DESCONSIDERA O MEU PROCESSO, que era pra ser o OBJETO CENTRAL DE TODOS OS SEUS ESTUDOS DE MAGISTÈRIO???????????????????

Por que um professor que supostamente estendende da área da sensibilidade aos assuntos humanos, e em meio artistico não respeita se não consigo pensar e produzir no meio de presenças exteriores a mim (tumultuos, rodinhas de conversas, pessoas passando pra lá e pra cá, ou siplesmente um ser imovel mas que tenha vida e esteja no mesmo espaço fechado que eu?????)?

Por que um professor não entende que se é aula de escultura e eu tenho vontade de me isolar pra pintar por que motivo eu preciso deixar de fazer o MEU MOMENTO pelo MOMENTO DELE?????

Por que um aluno por vontade própria jamais faltaria em algumas aulas e noutras ele não suporta estar?

Por que um professor DE ARTES pede um atestado para justificar uma falta? Pra saber se o aluno está bem ou mal... Por um acaso precisa-se estar mal fisicamente pra ficar em casa e descansar um dia ou uma semana do mundo?

Por que se acha que ficar em casa e trabalhar é menos produtivo do que ficar na frente deles ouvindo babaquices???

Por um acaso o professor vai morrer sem o meu ponto de presença na chamada, mesmo que eu seja interessada e compromissada com meus trabalhos em casa???

Tem coisas que não tem lógica. Se eu sou responsavel por mim, pelo meu conhecimento e processo de criação por que cobram que eu saia do meu processo para propor um tipo de ensino convencional, que me faz sentar numa carteira, responder a chamada, e ficar implorando que a aula acabe logo pq eu tenho mais oq fazer além de ficar rabiscando a carteira enquanto me dizem coisas que não quero ouvir e que não me farão falta???

Por que se propõe uma filosofia manca que acaba deixando os alunos no meio do caminho???
Ou somos independentes, e somos orientados realmente a partir de nós mesmos, assim podendo mostrar nosso serviço sem precisar faze-lo na hora e local marcado, ou então que nos seja feito justiça e nos seja passado realmente um conhecimento pronto e técnico para que com o passar do tempo nossa critividade aprenda a transformar todo o saber em processo criativo.

Deste modo nem conseguimos nosso próprio processo, nem conseguimos os professores que repassam o conhecimento de verdade.

Estamos em um mero faz de conta ridículo, afinal não sabemos técnica nenhuma, somos obrigados a nos manter em metas de semestre, horários de aula, cargas horárias, matérias obrigatórias e limites dentro da lei.
A subjetividade e a codificação dos nossos mestres ultra superiores pouco fazem diferença na enormidade de coisas que poderiamos aprender com eles mas não sabemos como, afinal, foram eles que estudaram teorias de como nos instruir e não nós temos gradução em qual é a senha que precisamos dizer para que eles falem conosco.

Estamos vivendo uma situação de arte moderna com pouquissima sustenção teórica e tecnica para nossa realidade de arte contemporanea.

E sim, precisamos buscar as coisas por nós mesmos, e os professores precisam entender que não precisamos buscar as coisas na hora em que eles querem pois se houver seriedade no nosso trabalho eles vão enxergar isso quando virem nosso desenvolvimento por uma conversa conosco, e não olhando calados eu molhar a o pincel na tinta me vigiando pra ver se faço algo que presta ou não.

Aiiii por favorrrr!!!! Sabe por que não nos levam a sério?
Eles não levam a sério, apenas por que ainda não tomamos o posto deles!
Eles não acreditam que somos realmente capazes, dotados de inteligencia, e cheios de idéias que com um pouco mais de tempo e de conhecimento podem ser grandes.
E até parece que não sabem que as dores, problemas, duvidas, idéias, tpms, alegrias, tristezas, paixões são a potencia ou não do nosso trabalho na arte. Sim na arte se pensa, mas se o pensar vem do mesmo cerebro que produz nosso estado psicológico, quer dizer que ele está possivelmente é afetado também.


A unica coisa que eu não preciso e não quero é ter que submeter minha vontade em arte à vontade dos outros.

Quem sabe de mim sou eu, e se nem eu souber de mim, ninguém mais vai saber.
Sou suficientemente consciente e grandinha pra saber das minhas vontades, dos meus pensamentos, das possiveis consequencias deles, e se é pra fazer me entender sozinha mesmo, professor nenhum precisa interferir.

Mas se quiserem me ensinar, estou todo a ouvidos se fizerem isso de verdade.

O meio termo é DESPREZIVEL!


Felizmente temos alguns professores que conseguem ser próximos as nossas necessidades.

E alguns que me dão vontade de dar aula, de como ensinar a entender!

2 comentários:

iasmim disse...

Luuuu :OO
nao fiiica assim =S
aiuhsauihah
aiê! gostei da tua revolta ;x
beijo ;*

Franci disse...

éé.. não fica assim. auehauhea
não, Lu, mas tu tens razão. Eu vejo muito disso aqui na universidade. Meus professores mais intrasigentes são aqueles que vivem com livrinhos do Freire. O negócio é humilhar quando a nossa vez chegar e mostrar quem é que manda. ié!

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