quarta-feira, 11 de maio de 2011

Paulo Leminski- Ervilha da Fantasia (1985)


"... é a bronca do homem com essa sociedade urbana industrial moderna que é uma macro máquina projetada sobre nós e que é maior do que nós e que nós temos que nos conformar a ela de um jeito ou de outro, queiramos ou não, pra nos tornarmos viáveis enquanto pessoas, pra podermos pagar as contas no final do mês, a escola das crianças e o aluguel da geladeira...
Esse é um dos papéis tradicionais da poesia, é por isso que todos os povos amam os seus poetas. Eu não sei se todos os povos amam os seus cientistas, mas todos os povos amam os seus poetas... no Brasil, poetas, digamos , vamos pegar assim Vinicius de Moraes, Chico Buarque de Hollanda, Caetano Veloso, Milton Nascimento, e seus parceiros, os poetas são amados por milhões... por que é que os povos amam seus poetas? É porque os povos precisam disso que os poetas dizem... uma coisa que as pessoas precisam que seja dita, o poeta não é um ser de luxo, não é uma excressencia ornamental da sociedade, é uma necessidade orgânica de uma sociedade, a sociedade precisa daquilo, daquela loucura pra respirar, é através da loucura dos poetas, através da ruptura que eles representam que a sociedade respira. Dessa pressão que eu estava falando, de de repente você ter uma máquina encima de você, que você não escolheu, não pediu, mas não adianta nada você espernear, ela é maior que você..."


Paulo Leminski em documentário, dirigido por Werner Schumann, 1985.





Naluah
(sem mais... só penso que as dúvidas sobre a arte são mais do que respondidas quando sinceras)

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