Adoro encontrar semi-deuses no meu caminho,
eles parecem se esconder,
na medida que sem querer,
vou deixando de crer,
e sem notar,
vou sentindo falta do que me incitam,
Mas eis, num repente me surgem de um caminho inesperado,
ouço coisas que me desmontam os sentimentos,
sentimentos cimentados,
pesando um sobre outro,
e me deixavam paralisada,
inerte.
Sim, então me aparecem de novo os Semi-deuses,
e reconstituem metade da minha salvação.
Me quebram essa coluna que vai enrijecendo,
aproveitam a tímida fissura de humor nesse sentimento calcificado,
onde alí minha dureza se derrete,
se desmancha, se entrega, fica leve, salta longe,
desconstroem minha vivência tetraplégica,
na qual eu pedia renovação.
Meus Semi-deuses que me alimentam de palavras ressoantes,
de gestos vivazes,
de paixão,
Quando já nem sei mais por que acredito,
eles dizem que seja como for,
acreditam comigo.
Depois somem dizendo,
Há água que mata essa sede,
e um dia será possível dançar no topos de arranha-céus.
Naluah
(Semi-deuses. Graças. Adeus. )
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2 comentários:
meus demônios sempre estão me lembrando
dos semi-deuses que eu não encontro
eles andam comigo, os demônios
são meus amigos já, minha familia
mas os meus deuses estão lá
em um Olimpo onde eu nem vejo seus olhos
os demônios me puxam pelo pé e riem de mim
as vezes eu rio com eles
me dão motivos para doer
memórias para rasgar minha pele
quebram minhas costelas para fazer evas,
que nunca vivem
constroem minha vivência esquelética
na qual floresce imperfeição
me alimento de palavrões,
gestos vorazes,
de paixão.
e queimo com eles
sumindo, evaporando
não há água que apague esse fogo
e logo, nem vento para alimentá-lo
abandona teus demônios,
eles não podem fazer isso por ti,
acho que meus deuses estão com os teus,
fazendo festas por nós no Olimpo,
mas busca teus semi-deuses,
e quem sabe a gente se encontre nesse meio de caminho.
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