sexta-feira, 23 de abril de 2010

Everybody is on the table

Eu estou com saudade de casa...
em dias de crise,
meio irritada comigo,
dispersiva com o mundo,
faço esforços enormes pra poder prestar atenção até em conversas...
aonde eu estou, geralmente eu não estou.
parece que voltei pras profundezas do meu além,
parece que só consigo conversar comigo,
discutir comigo,
e não me deixo em paz.
Não me sinto muito bem ignorando involuntariamente as pessoas,
acabo não me sentindo muito boa companhia.
Cansei de querer e travar,
minha cabeça não me ajuda as vezes,
eu quero uma coisa, o corpo outra, a cabeça outra.
As vezes consigo me controlar,
mas as vezes desanda,
nada me satisfaz.
Tudo insatisfaz, e isso cada vez aumenta.
Não posso mais me desafiar sozinha
é uma coisa interferindo noutra...
cada vez o bixo fica maior, pior.
As vezes eu rio... mas agora já está demais.
Tenho saudade de chorar e meu pai me abraçar,
ir parando meus soluços na voz dele,
me fazer prestar atenção em cada palavra,
e esquecer por que mesmo eu estava ali morrendo de horrores.
Se eu tivesse bebido, eu ia dizer que era o vinho... a cerveja, mas não é.
Não é nostalgia, é falta.
Conter sentimentos é detestável,
quero presenças,
quero ouvir vozes,
e quero abraços que me devolvam a força do que eu sinto.
É falta.
Me sinto infantil querendo colo na hora que quero.
Não só me sinto, como estou muito mais frágil,
e o meu limite é tão distante, mas chega montado em simplicidade.
E quando me atinge é quase imbatível.
O simples é o que mais me importa, e mesmo querendo me aproximar corro pra longe dele.
O limite vai aglomerando todo o simples, vai reunindo, e me acerta num complexo a queima-roupa.
Eu não me aguento, tem dias que não me aguento.
Tem dias que só desejo fugir da minha cabeça,
fugir de sentir.
Certas dores pinicam tanto que de repente rasgam.
A dor do tempo me enoja.
Mas não tem muita escolha,
quando eu não sinto, a dor é muito pior.
Meu mais novo estado de desligamento automático, é reles autodefesa.
Defesa contra vontade. Me protegendo de mim, e me isolando em mim.
Quero entender, e cada vez pior fica.
Que merda. Que merda. Que merda.


Naluah
(Alice no país das maravilhas!)

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