No Limite.
Hoje (16.08.09) pela primeira vez assisti ao programa No Limite. É incontrolável a vontade de colocar pública a minha indignação em relação ao que vi no jogo, mesmo admitindo ser alguém que nunca o acompanhou em outros momentos para ser exatamente a opinião que melhor o critique. Mas pelo pouco que vi, senti e pensei sobre, não acho sensato negar-me o direito de opinar sobre algo que entrou na casa e profundamente me causou incômodo.
Pois bem, apenas por via de esclarecer estou em visita na casa de meus avôs, assisti ao programa e corri pegar o notebook para escrever. Aqui não tenho internet e digo que não pesquisei sobre o jogo, então escrevo munida apenas do pouco que sei sobre, e sem poder verificar com segurança se isto realmente é o suficiente para argumentar. Ainda assim me sirvo da minha repulsa ao que notei e escrevo. Se posteriormente com base na pesquisa que farei sobre o programa eu constatar algum equívoco de opinião, aí sim escrevo e posto nova crítica me corrigindo.
Minha crítica possivelmente seja de valor moral, então acredito que muitas opiniões poderão surgir a quem ler, e nem todas serão correspondentes ou entrarão em concordância as minhas. Mas coloco agora o meu modo de ver:
Assistimos ao programa minha mãe, minha avó, meu avô e eu. Inicialmente fora mostrada uma prova na qual os participantes do jogo disputavam frutas como prêmio. As duas equipes se enfrentaram com o objetivo de fazer com que as frutas passassem pelos obstáculos estabelecidos e chegassem até um cesto sem cair no chão. O cesto foi pesado e a equipe que obteve maior número de Kg ganhou a prova. Até aí uma prova interessante testando a colaboração de todos os membros da equipe, resistência, entrosamento...não uma prova super difícil e horrível, mas acredito que cansativa.
A outra prova valeu alguns sacos de comida, sacos de dormir, lampiões, querosene e sei lá o que mais. Foi a prova a qual causou revolta a todos os que estavam ali na sala assistindo ao programa.
Colocaram 7 ou 8 participantes de cada equipe numa ”mesa” para comer coisas nojentas, primeiro lá vai cada um botar na boca dois nojentos olhos de cabra, mastigar, engolir; depois lá vai cada um comer 3 lambaris vivos, mordendo pela metade, mastigando, mordendo a outra metade mastigando e engolindo; depois o último balde de água fria no sentimento de ser humano pois o jogo estava empatado e precisava-se de uma prova medonha que daria a vitória a uma das duas equipes era: cada um dos dois participantes restantes de cada equipe deveria comer dois ovos galados. Quem comesse em menos tempo ganhava.
Não é necessário nem imaginar pra saber que foi uma nojeira e uma selvageria extrema. Aqueles dois homens e mulheres quebraram os ovos numa voracidade horrível, mal descascaram o ovo; arrancaram de lá de dentro um ser que já quase se ouvia o pio; rasgaram violentamente com os dentes aquele pedacinho mal formado de carne; e misturando uma ânsia de nojo, falsa obrigação, desatino e desumanidade deixaram-se lambuzar as mãos, a boca e as roupas com fios de gosma de ovo e pingos de sangue de bicho. Mastigaram como se sem opção precisassem comer aquilo pra matar a fome e engoliram aquela penugem, os quase ossinhos, pele, carne, sangue, gema e pedaços de casca de ovo numa atitude grotesca, estúpida, irracional e nojenta sem a míninima razão de ser.
Embrulhados os estômagos de quem me acompanhava ao assistir, e certamente o meu, seguiu-me um extremo mal estar, uma sensação de não estar vendo aquilo que vi, e não estar acreditando que alguém aceite se submeter a isso por vontade própria.
Será que lhes dá a sensação de vitória, força, resistência e superação de limites estar lá por opção esmagando um peixe vivo com os dentes, matando sem fome, engolindo com nojo, sentindo ele se debatendo nas mãos e depois no estomago sem o menor fundamento? Por que o ser humano acha sua vida tão superior a qualquer animal pra causar uma morte sofrida a um bichinho em um jogo inútil desses?
Matar por fome, por necessidade já é terrível, mas ainda vá lá, mas com que DIREITO, me diga com que direito alguém planeja um jogo onde matar nessas condições VALEEE*** alguma coisa!
Antes de assistir o programa pensei até que fosse interessante e pensei que até eu me identificasse em participar. Mas essa prova foi ridícula, um ser humano pra chegar a esse ponto já quase não é mais ser humano e precisa estar sem saída pra isso. Mas num PROGRAMA de TV eles são!!!! Quem é que perde a consciência assim do dia pra noite? O ser humano mata um peixe vivo arrancando a cabeça com os dentes e engole morrendo de nojo por causa de um jogo de “resistência”, um dinheiro? Eu tenho medo de saber que existe gente assim! Não é de se duvidar que seja um ser desequilibrado, com falsos valores, ninguém entra nessas condições de desmande contra a vida se realmente não quer. Medonho!
Enquanto que por uma desventura da vida algumas pessoas passam pela situação de luta por sobrevivência precisando se adaptar a força a certa situações do gênero implorando a serem resgatadas a sua condição ser humano. Tem seres que se inscrevem a um programa a aparecer em rede nacional na sua historinha de naufrago fingido como se tivessem realmente que lutar por alguma coisa e se superarem!?
É algo totalmente sem nexo saber que nos dias de hoje com tanta atrocidade real que assistimos nos jornais, venha de repente um programa de entretenimento que veja a vida e a morte de um ser, seja de qual espécie for como uma coisa banal, normal e fútil, a ponto de que se obrigue pessoas que estão na nossa sociedade vivendo a nossa civilidade a contra gosto, contra vontade e sem a menor fome ou necessidade, agir como se estivesse no inicio dos tempos do homem na terra. Como se a sociedade, a mídia, as pessoas que cobram tanto civilidade e humanismo umas das outras, e sabem da tão importante relação do ser humano com meio ambiente e os demais seres, esquecesse tudo aquilo sobre respeito, valores, moral que se quer que se use, brincando de tempos das cavernas. Mas é muita ignorância mesmo. É por isso que o mundo tem uma grande probabilidade de vir a ser merda no futuro! As pessoas aceitam certos tipos de situações que não são obrigadas a aceitar, mas aceitam pq simplesmente é mais fácil não pensar nas coisas antes de fazer, é muito mais facil a adrenalina de um resultado ridículo imprevisto e que depois se depois der errado usamos nosso linguajar cívico “Desculpa! Foi sem querer, eu não quis prejudicar ninguém”... claro claro... as facilidades da vida atual.
No limite do que mesmo? Da minha paciência? Da civilidade? Da racionalidade?
Quem quer ver um no limite de verdade liga a teve no Jornal Nacional pra ver uma pandemia de gripe matando gente em todo lugar do mundo, vê gente preocupada falando das catástrofes naturais, efeito estufa tufão, maremoto terremoto, assiste as noticias diárias sobre seqüestros assaninatos político bandidos drogas traficantes e como se não bastasse programas FIM DA PICADA que querem trasngredir oq de pouco humano resta no ser humano que é racionalidade que se deve usar pra coisas boas e não coisas estúpidas. voltar no tempo sei lá quanto tempo, regredir mentalmente e simular uma coisa que não existe.
Nunca mais quero ver essa droga de programa, e por vias de pesquisa vou a apenas atrás de coisas sobre ele para cumprir a minha promessa no inicio da escrita. Mas acho que eu mesma me convenci de que oq eu vi bastou.
O homem já está sobrevivendo como está. Já esta num mato sem cachorro, é só olhar pra que tipo de coisa passa na televisão!
Muitas coisas mais eu falaria, mas me desgastei estou realmente com dor de estomago. Tanta coisa interessante que se poderia passar nesse horário, ou mesmo esse programa mas com uma supervisão moral um pouco melhor ao menos.
Ficam minhas dúvidas no ar.
Ou melhor compartilho-as:
Se este programa está no ar é pq tem audiência suficiente. Se eu me senti mal e na obrigação de dizer isso publicamente é por que minha consciência me diz que isso não me faz bem e aos outros. Espero que na melhor das hipóteses este programa cause a mesma repulsa aos telespectadores e que estes também se recusem a perder tempo vendo como um ser humano inteligente consegue ser atroz e burro por opção, e ainda por cima se sentir capaz e corajoso. E me pergunto a que publico, e a que perfil de ser humano esse programa de audiência suficiente é servido para se manter no ar. Mas ao mesmo tempo não quero pensar no tipo de gente que fica em frente a TV perdendo o tempo nisso.
A globo super televisão brasileira em um programa que passa o tipo de brincadeira sem graça de adulto retardado, ao qual se acha super herói na selva tirando vida de verdadinha como se fosse mentirinha, só faltando arrastar as mulheres pelos cabelos e se espancarem até a morte por um território fictício??? Hmm.. tem filmadora no meio do mato? Que moral tem essa bosta dessa emissora que bota uma tarja de classificação de idade mínima de 14 anos quando quem tem 14 anos hoje já se manda mais; e é até mais critico q o bando de irresponsáveis que participam desse ataque contra a humanidade de um ser?
Espero que alguém influente ache isso absurdo e tome alguma providência.
É isso... Falta de limite... tanta selvageria estourou meu grande saco de paciência, extrapolou os limites de civilidade, de racionalidade.
Simplesmente grotesco e ABOMINÁVEL!
Luana
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3 comentários:
No limite do inconcebível.
Caramba, que horror.... Nem sei o que dizer, mas você já disse tudo.
Panis Et Circenses
O ser humano vai se tornando cada vez mais insensível as coisas que são colocadas na cara deles, ao sexo, ao corpo, a superexposição deixou tudo sem graça. A TV apela pro não visto, pro que choca. É uma corrida maluca do grotesco. Por isos que não vejo TV.
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