A deixo sozinha. Sozinha para que aprenda a afeiçoar-se a tudo aquilo que pode, e nada daquilo que deve. O dever antes aprenda a não mais prender sem conquistar, pois a primeira ânsia de ser liberta vem na angústia de uma prisão.
Sozinha não é ser isolada do mundo permanentemente, é dependente apenas de si o tempo suficiente. Sozinha e isolada apenas o suficiente.
Nada é efetivamente só meu. Nada só meu é efetivamente só teu. Restrições ignorantes de ego.
A posse bloqueia a natureza do espírito. O compromisso marcado não interfere no direito da morte súbita. A morte súbita do corpo, a morte súbita do ser, a morte súbita do momento, e inevitavelmente então, a morte súbita do próprio compromisso marcado.
O compromisso natural por aquilo que a alma sente agora é paixão pela vida. Agora. Nada além de ser tudo que se pode ser, fazer tudo que se pode fazer, agora.
Agora é toda a vontade que cabe dentro do eu, e qual compromisso tem moral para impedir a vontade do eu?
Não a deixo sozinha para que sozinha se perca em meio aos teus desacordos. A deixo apenas sozinha. Sozinha para encontrar o acordo ideal entre a vontade e o dever.
A paz e o caminho que leva ao verdadeiro compromisso da natureza. O verdadeiro compromisso da existência.
A deixo sozinha e permito a rebeldia do descompromisso, pois ainda vão e muito, lhe comprometer com cobranças de faltas que não correspondem a ti. O teu descompromisso vem comprometido com a intensidade da descoberta do teu dever.
Descompromisso quer dizer suportar apenas o suficiente daquilo que não lhe cabe. Descompromisso é chutar bem longe um balde de desconforto saturado.
Te deixo sozinha para que faça valer as regras nas quais precisa acreditar por serem tuas.
Naluah
(independência ou morte! (em busca da responsabilidade essencial))